quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Mioma, doença

Descrição

Os miomas não são cancerosos e a probabilidade de se transformarem nessa doença é extremamente baixa.
Podem aparecer a partir da puberdade, mas a idade de maior incidência é a quarta década de vida.
Normalmente crescem acentuadamente durante a gravidez, o que parece ser devido ao aumento dos níveis hormonais. Após a gestação, geralmente os miomas retornam ao seu tamanho anterior.
As causas exatas do aparecimento dos miomas ainda não são bem conhecidas, mas acredita-se que haja uma predisposição genética quanto uma maior sensibilidade à estimulação hormonal (principalmente estrogênio) nas mulheres que apresentam miomas.
Os miomas variam em tamanho, em alguns casos podem causar um crescimento acentuado do útero, simulando uma gravidez de até 5 ou 6 meses.

Sintomas

  • Períodos menstruais prolongados e com fluxo aumentado, sangramentos fora de época, por vezes com coágulos, podendo levar à anemia;
  • Aumento da intensidade das cólicas menstruais;
  • Sensação de pressão ou desconforto causado pelo tamanho e peso dos miomas que pressionam as estruturas adjacentes;
  • Dor durante a relação sexual;
  • Pressão no sistema urinário;
  • Prisão de ventre e retenção de gases;
  • Aumento do volume abdominal que pode ser mal interpretado como sendo ganho progressivo de peso e até mesmo gravidez
A dificuldade para engravidar é frequente em pacientes com miomas uterinos, já que isso pode levar a alterações do órgão. Porém, isso não acontece a todas as doentes.

Diagnóstico

Na maioria das vezes são descobertos em exames de rotina, ou pode ser suspeitado devido ao aumento do tamanho do abdomen, que pode levar a mulher a pensar que apenas engordou um pouco ou até que está grávida. Durante o exame, pode-se palpar uma massa de localização sugestiva de ser uterina. O principal exame utilizado é a ultra-sonografia (exame indolor), que pode demonstrar a presença do mioma e também a sua localização.Os miomas podem se localizar em diversas partes do útero. Existem 4 tipos de mioma, os subserosos, os intramurais, os submucosos e os pediculados.
  • Subserosos: aparecem e desenvolvem-se abaixo da camada externa do útero e expandem-se através dela, dando ao útero uma aparência nodular. Normalmente não afectam o fluxo menstrual, mas podem causar dores no baixo ventre, na região lombar e uma sensação de pressão no abdomen.
  • Intramurais: desenvolvem-se na parede do útero e expandem-se para o interior, aumentando o tamanho do útero. É o tipo mais comum de mioma. Podem causar sangramento menstrual intenso e dores no baixo ventre e na região lombar e/ou sensação de pressão.
  • Submucosos: estão justamente abaixo do revestimento interno do útero. É o tipo menos comum de mioma mas o que pode causar mais problemas.
  • Pediculados: inicialmente crescem como subserosos e destacam-se parcialmente do útero, ficando a ele ligado apenas por uma pequena porção de tecido chamada de pedículo. Podem ser confundidos na ultra-sonografia com tumores ovarianos.

Tratamento

Existem basicamente três tipos de tratamento:

Por medicamentos

É o primeiro passo no tratamento dos miomas. Esses medicamentos têm como objectivo controlar o sangramento, inibir o crescimento dos miomas ou reduzir o seu tamanho.
Os medicamentos mais indicados, quando se deseja a redução do tamanho dos miomas, são os chamados análogos. Criam uma aparente menopausa, reduzindo a liberação de estrogénio pelos ovários. São úteis também para controlar o sangramento.

Por cirurgia

Indica-se nos casos sintomáticos, nos miomas muito grandes, na presença de sinais de degeneração (alterações do tecido do mioma), e nos casos em que o mioma causa infertilidade. Existem a miomectomia e a histerectomia. Na primeira retira-se apenas o mioma, preservando-se o útero, para os casos em que a mulher quer preservar a capacidade de reprodução ou de menstruar (aproximadamente de 30% a 40% das mulheres que desejam engravidar de fato logram o objetivo após uma miomectomia). Na histerectomia retira-se o útero na totalidade. É o tratamento de escolha em mulheres que não querem mais engravidar.

Por embolização

Realiza-se com a colocação de um cateter dentro da artéria uterina que nutre o mioma, seguindo-se da injecção de agentes que levam à formação de êmbolos no interior da artéria, com interrupção do fluxo sanguineo. É considerado um procedimento minimamente invasivo e muito menos traumático que a miomectomia ou histerectomia.
É indicada principalmente quando a paciente deseja manter o útero.
Historicamente existe uma preferência dos médicos em aconselharem a histerectomia (ou miomectomia). A tendência atual, por outro lado, é recomendar a embolização como primeira alternativa. Um fator importante nessa decisão considera a preservação da fertilidade das mulheres submetidas à embolização. Cerca de 36% de pacientes que realizaram embolização, desejando ainda engravidar, o lograram.[1]
Resultados de pesquisas científicas mostram que 9 em 10 mulheres submetidas à embolização têm sucesso na eliminação dos sintomas. A redução do(s) mioma(s) varia caso a caso. De uma forma geral, ocorre uma redução de 50% nos primeiros três meses e pode chegar até uma redução de 90% em um ano.[1]

Referências

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