segunda-feira, 20 de julho de 2009

cancro do pâncreas

Investigação abre esperança ao tratamento do cancro do pâncreas

O cancro do pâncreas é um dos mais letais e quando é descoberto já pouco se pode fazer, mas investigadores da Universidade de Coimbra recorreram à genética para descobrir quais as lesões que se tornarão malignas

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visao.pt
10:09 Segunda-feira, 13 de Jul de 2009

Pioneira a nível internacional, a investigação está a ser finalizada no Centro de Investigação em Meio Ambiente Genética e Oncologia (CIMAGO) da Faculdade de Medicina de Coimbra e os resultados permitem perspectivar, a curto prazo, uma metodologia capaz de discriminar as lesões que no futuro evoluem para cancro.

A investigação consiste em análises genéticas de vários marcadores no DNA do líquido ou aspirado pancreático, colhido na biopsia, identificando as mutações que prevêem a evolução para a malignidade.

Deste modo, a análise genética pode ser feita muito antes da degeneração, o que permite uma conduta terapêutica preventiva, ou seja, a cirurgia, que continua a ser o mais eficaz tratamento destes tumores.

Pelos métodos actualmente disponíveis, em cerca de 80 por cento dos casos em que se detecta um cancro do pâncreas já não é possível operá-lo e o tratamento por quimioterapia e por radioterapia tem resultados muito limitados, referiu à agência Lusa José Manuel Pontes, coordenador da investigação.

"Mais de 90% das pessoas a quem é diagnosticado cancro do pâncreas estão mortas em cinco anos. Entre os 20 por cento que são operáveis, a maior parte acaba por ter uma recidiva tumoral e morre", explica.

Na prática, "só nos casos que, quase por milagre, são diagnosticados numa fase muito precoce é que a cirurgia é curativa e estão vivos aos cinco anos", refere, salientando que este é o quinto cancro mais frequente em Portugal, e tem vindo a aumentar a nível internacional.

Em média surge já na terceira idade, mas também aparece em crianças. O tabaco e o álcool, além da história familiar, são factores de risco.

O número de novos casos em cada ano (entre 500 e 1.000) é idêntico ao dos doentes que morrem, afirma José Manuel Pontos, frisando ser algo que não acontece com mais nenhum tumor.

A equipa da Universidade de Coimbra tem vindo a pesquisar as mutações genéticas com risco oncológico em tumores e quistos. Participam cerca de 160 doentes dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), Instituto Português de Oncologia do Centro (Coimbra) e Hospital CUF (Lisboa).

A análise dos marcadores genéticos é feita a partir da colheita na biopsia, que já habitualmente é feita no doente que apresenta queixas ou lesões, não encarecendo assim o diagnóstico nem sujeitando o paciente a nova intervenção invasiva.

José Manuel Pontes diz que em 25% dos casos em que é possível operar acaba por se constatar que a cirurgua era desnecessária, pois o que existia era apenas uma inflamação pancreática. E trata-se de uma operação de alto risco, com elevada morbilidade e mortalidade.

"O objectivo é permitir um diagnóstico mais seguro, fiável, para detectar quais as lesões que evoluem para a malignização, e propor um tratamento preventivo, que é a cirurgia", conclui o investigador.

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