segunda-feira, 13 de julho de 2009

Teste inovador ajuda a detectar cancro no pulmão

Teste inovador pode ajudar a detectar cancro do pulmão
http://www.observatoriodoalgarve.com/cna/noticias_ver.asp?noticia=22362

O cancro do pulmão poderá vir a ser diagnosticado por um simples teste de sangue, em desenvolvimento nos Estados Unidos.


Investigadores da Universidade da Pensilvânia ensaiaram, com sucesso, um teste sanguíneo baseado em marcadores genéticos que detecta o cancro do pulmão nos primeiros estados do seu desenvolvimento.

Para o especialista português Renato Sotto Mayor, responsável da Sociedade Portuguesa de Pneumologia, não se deve embarcar "na onda do entusiasmo", uma vez que este meio de diagnóstico ainda está a ser estudado.

No entanto, considera que "o futuro passará" por uma detecção genética do cancro do pulmão, o que será "muito importante" para o diagnóstico, tratamento e prevenção de reincidências, disse em declarações à agência Lusa.

Caso se venha a confirmar o sucesso destes testes sanguíneos, "os casos de cancro do pulmão poderão ser detectados mais precocemente, aumentando o sucesso do tratamento cirúrgico", explicou.

Actualmente, o cancro do pulmão é detectado através de um raio-x ou de uma TAC (tomografia axial computorizada), habitualmente já em fases avançadas da doença.

"A grande maioria dos casos são detectados por radiografia ou TAC numa altura em que já há queixas do doente e em que o tumor está numa fase avançada localmente ou já tem metástases. Só seis por cento dos casos de cancro do pulmão são detectados em doentes assintomáticos", precisou Renato Sotto Mayor.

O teste sanguíneo através de marcadores genéticos poderá ainda contribuir para baixar o número de recidivas, sendo que um terço dos doentes operados voltam a ter um tumor, referiu.

"Se houver um marcador genético que diga que uma pessoa tem uma grande probabilidade de recorrer daqui a um ano ou dois, podemos logo pôr o doente a fazer quimioterapia. Este marcador genético pode auxiliar na definição de grupos de doentes que beneficiarão de terapias complementares à cirurgia", defendeu o médico oncologista.

Em Portugal, o êxito do tratamento do cancro do pulmão, a cinco anos, é de cerca de 15 por cento, quando anualmente são detectados cerca de quatro mil novos casos, uma média de mais de 10 casos por dia.

Para o presidente do Observatório Nacional das Doenças Respiratórias o teste de sangue pode significar um "grande progresso" no diagnóstico da doença, embora Teles Araújo considere que ainda serão necessárias muitas experiências para se verificar se poderá entrar num programa de rastreio.

"Pode detectar precocemente um cancro, mas depois poderá haver o problema de ser ainda um tumor tão pequeno que depois não se percebe onde é que está localizado", comentou ainda à Lusa Teles Araújo.

Sem comentários: